Dizem que são da geração da viragem, aqueles que se viram
Que para pagar os preços de aluguer de casa que subiram
Dos combustíveis que também subiram
Até a autoestima subiu só os salários não subiram
A geração dos lambem botas pornograficamente
Até o chefe ejacular no fim do mês mais um momento
A geração que fala em mudança mas tem medo dela
Só mudam de calças Gucci para Rockafella
Dizem que pertenço a ela, geração do capricho
Que desfila carros de luxo em bairros de lixo
A geração do HIV mais gente contamina
Jovens com corpo de ginásio não vestem camisinha
A geração que só fala de mira o povo de Sofala
Mas quando chega a hora de agir manos, Sofala
E pior que perder o emprego aqui, só bala
É por isso é que quando o Azagaia fala, abala
Dizem que sou da geração que não tem cultura de trabalho
Que assiste a escândalos que corrupção no Ministério do Trabalho
A chamada geração de jovens e marginais
A mesma que enche comícios em campanhas eleitorais
Eu sou da geração que não deixa o nó gravata
Prender o grito de liberdade que explode na garganta
A geração de quem sabe quem merece uma estátua
Carlos Cardoso e Siba-Siba Macuácua
Eu sou da geração que discute ideias
Não importa se são Daviz Simango ou do camarada Eneas
Não importa se são da prostituta da rua mais feia
É que eu já vi o Ministro ir parar na cadeia
Eu sou da geração dos combatentes
Não dos obedientes, dos intervenientes, não dos convenientes
Aquela que morde o bife sem dentes
Pergunta aos madjermans e antigos combatentes
Pergunta, quem não conhece a minha geração
A que em Fevereiro e Setembro fez parar uma nação
Uma geração, entiada do poder
Azagaia na procuradoria o puto vai-se arrepender
Enganam-se porque eu sou da geração da liderança
Daqueles que perdem a vida e só depois a esperança
Por isso não aceitamos fazer merda por dinheiro
Não nos falta papel higíenico no banheiro
Mano Azagaia, Azagaia para os amigos
Herói para o povo filho da mãe para os políticos
A minha geração sabe que sou espelho dela
Pariu-me de novo e chamou-me Edson Mandela
Eu sou da geração que duvida da nossa justiça
Tirem as AKMs e olhem para a nosso polícia
E não me calo sempre que me censuram na rádio e na TV
Porque a minha geração acredita em mais do que vê
Em mais do que lê, sobre verdades e mentiras
É que a minha gente sabe que há verdades com mentiras
Que há cobardes que se escondem e lambem as feridas
Que para parar greves mandam tirar vidas