Na madrugada deste domingo (14.04.2024), o cenário cultural de Moçambique foi abalado com a partida do renomado músico Arão Litsure. Arão sucumbiu após uma batalha contra uma doença, enquanto estava hospitalizado na África do Sul, onde recebia tratamento há uma semana.

Nascido no Distrito de Panda, em Inhambane, Arão Litsure cresceu em um ambiente imerso em música, filho de uma maestrina e de um pastor. Desde cedo, demonstrou uma afinidade extraordinária com os ritmos e melodias, e sua jornada musical teve início ainda na infância, quando começou a cantar em um grupo musical local aos sete anos de idade. Sua voz cativante e seu talento musical foram notados rapidamente, e Arão logo se tornou uma figura proeminente nos círculos musicais de sua comunidade.

Ao longo dos anos, Arão Litsure se destacou como músico, escritor e educador cultural. Sua paixão pela literatura o levou a explorar diversos temas em sua obra, que reflectem sobre questões sociais, culturais e religiosas. Seu compromisso com a divulgação da cultura moçambicana o levou a participar activamente da televisão, onde actuou como mentor de grupos corais em programas de talentos.

A notícia do falecimento de Arão Litsure foi recebida com profunda tristeza por toda a nação moçambicana. Em uma nota de imprensa, a Ministra da Cultura e Turismo, Etelvina Materula, expressou suas condolências à família do músico e à comunidade artística. “Perdemos, hoje, o músico Arão Litsure, homem de créditos firmados na arena musical nacional e que serviu, desde tenra idade, a cultura moçambicana com talento inquestionável”, afirmou a Ministra.

Etelvina Materula destacou o legado multifacetado deixado por Arão Litsure, ressaltando sua contribuição para as artes, a literatura e sua dedicação à igreja. “Nunca iremos nos habituar à partida de pessoas que fazem diferença e que deram sua contribuição para o enriquecimento do espólio artístico-cultural de um povo”, declarou a Ministra.

“Lembraremos o seu contributo nas artes e continuaremos a cantar ‘Malangavi Ya Ndzilo’, para manter sua chama sempre acesa. Seu legado será perpetuado por gerações que continuarão a validar suas obras no seio da cultura moçambicana”, concluiu Etelvina Matirula.