Lizha James é uma das artistas consideradas divas da música moçambicana, isto pelas suas contribuições à cultura nacional.

De nome artístico Elisa Lisete James Humbane, estreou na música com o lançamento do seu primeiro álbum, em 2000, intitulado “Watching You”, com 8 faixas, como: “Intro (part. Black Prophet), I’m Coming, Que Brincadeira (part. Mr. Arssen e Next), Sem Teu Amor, Watching You (part. Mr. Arssen), Lost Boys, Mãe (part. Tânia Joice e Lilito) e Akuna Matata (part. Dilemma e Next).

Em 2005, lançou o seu segundo álbum, que teve grande sucesso, intitulado “Rainha do Ragga”, que inclui sucessos com várias músicas e participações de artistas como Denny Og, Dama do Bling, Nilton Miranda, entre outros, em cerca de 17 músicas.

Em 2009, lançou o álbum “Sentimentos da Mulher – Parte 2”, com 18 faixas musicais, no qual Lizha transmite uma mensagem profunda, explorando a complexidade das emoções e desafios enfrentados pelas mulheres. Em 2013, lançou a música “Feel My Love”, que contém 15 faixas musicais que celebram o amor.

Nessas alturas, Lizha já liderava e já era considerada a diva da música moçambicana. Com os álbuns citados, a artista conseguiu imensos prémios nacionais e internacionais. No Channel O Music Video Awards, conseguiu Melhor Vídeo na categoria R&B e de Melhor Vídeo Feminino, e no Afro Music Channel Grammy de Melhor Música com a canção “Nuna wa Mina” (Meu marido em português).

Iniciou a sua carreira através da mistura de ritmos com Marrabenta, Ragga, R&B, Hip Hop e Pandza. Actualmente, destaca-se em músicas do estilo Soul, e a sua versatilidade permite-lhe fazer participações em quase todos os estilos musicais.

Com o falecimento do seu ex-marido Bang, Lizha teve uma paragem na música e regressou ao mercado com o lançamento da música “Fonte de Luz”, em 2022. A música expressa um profundo sentimento de saudade e lamento pela perda, reflectindo sobre a dor e a ausência deixadas por Bang, que foi também seu manager através da label Bang Entretenimento.

Depois do luto expressado através de “Fonte de Luz”, a artista contraiu matrimónio, do qual não teve sucesso. Após este episódio, voltou a expressar os seus sentimentos através da música, lançando “Perfeito Imperfeito”, que teve a continuação em “Narcisismo”. Ambas as músicas abordam a violência, reflectindo a realidade de um aumento alarmante nos casos de violência de género em Moçambique, onde, até 2022, foram registados 21.140 casos.

À medida que continuamos a acompanhar a sua evolução, é claro que o verdadeiro legado de Lizha James não está simplesmente nas canções que cria, mas nas vidas que ela toca através das questões abordadas, servindo de testemunha da força da música como uma ferramenta de empoderamento e mudança.