“Metamiserismo – uma nova escola literária” é o título do livro de Deusa d’África e Dom Midó das Dores, que será lançado no próximo dia 08 de Agosto, pelas 17h30, no Camões, Centro Cultural Português, em Maputo.
Escrito a quatro mãos, “Metamiserismo – uma nova escola literária” é um livro que é publicado sob a chancela da Alcance Editores, contando com o prefácio do ensaísta e professor universitário Sávio Freitas. Já a apresentação, no Camões, será feita pelo ensaísta Francisco Noa.
Segundo uma nota de imprensa, “‘Metamiserismo’ é uma proposta de reflexão impactante, de autoria de Deusa d’África e Dom Midó das Dores, a que estes dois poetas erguem a possibilidade de reconstrução da sociedade. Descrevem o caos que afecta a humanidade, por via de pandemias, guerras, crimes ambientais, neocolonialismo invasor, novas ditaturas, feminicídios, racismos, homofobia, transfobia, negacionismos, necropolítica”, acrescenta a nota: “Estes poetas representam uma fase neo-combate na literatura moçambicana. Esta fase surge para reivindicar o lugar de uma literatura de protesto estético e ideológico frente aos novos rumos de discussão que a arte vem tomando no mundo e cada vez mais hasteando uma bandeira de humanitarismo”.
Os auto-designados “Poetas Metamiseristas”, Dom Midó das Dores e Deusa d’África, avança a nota de imprensa, entregam uma colectânea de poesias que fazem (re) pensar temas por demais polêmicos se tratando da cartografia de escrita literária moçambicana de uma fase neo-combate.
Assinando em autoria, os autores inauguram o que acreditam ser a possibilidade de humanitarismo literário que se constrói por quatro mãos e duas mentes insatisfeitas com o sistema político machista, opressor e desumano que torna escatológica qualquer forma de viver que esteja fora do padrão.
A colectânea de poemas Metamiserismo não só continua o trabalho da Associação Xitende, para além disso, recupera a fase nacionalista moçambicana ao ponto que representa a voz de uma colectividade de artistas que, sob ritmo do xitende, traz à baila a voz de tantos ancestrais invisibilizados pelo memoricídio de uma colonização sangrenta, desumana e oportunista. Uma colonização que continua sendo reproduzida por um neocolonialismo opressor e sistematizador de classes, de raças e de género, lê-se na nota de imprensa.
Para os autores, “o metamiserismo nasce da constatação axiológica de que a miséria do Homem moçambicano vem de dentro. Não é possível combater a miséria sem uma fenomenologia do Homem moçambicano. A disposição espiritual do Homem moçambicano determina a sua acção material e nessa dialéctica podemos ver a desgraça, a indigência, a corrupção material e moral, a aculturação e a promoção das perversões como uma cultura de tudo dependente ou é consequência da miséria espiritual”.
Fonte: O País