O dia 25 de Outubro de 1979 marca o nascimento de Ivânnea Mudanisse, que mais tarde se tornaria conhecida no cenário musical moçambicano como Dama do Bling, a rainha do rap comercial.
Desde jovem, Ivânnea foi fascinada pelo desenho e sonhava em ser arquitecta, mas foi aos 14 anos que descobriu a sua paixão pela música, especificamente pelo Hip-Hop.
Ivânnea começou a experimentar a música e o estilo, inspirado por grandes nomes do rap como Da Brat, Snoop Dogg e Eve. Daí, levando-a a participar em espectáculos experimentais, onde imitava os seus heróis musicais, num nascimento da Dama do Bling.
O nome Dama do Bling surgiu após a artista ter criado uma identidade distinta de outras artistas, marcada por acessórios brilhantes e roupas extravagantes.
A sua estreia no cenário musical foi marcada pela apresentação ao público de um som inovador que misturava musicalidade local com o Hip-Hop, e pelas letras cativantes e performances energéticas.
A sua consolidação veio com o lançamento, em 2005, do álbum “Dama do Bling”, que consolidou a sua presença na cena musical local.
No mesmo ano, a rapper fez parte do segundo álbum da artista moçambicana Lizha James, que, por conseguinte, o falecido Bang (manager e esposo de Lizha) começou a agenciar-lhe, entrando assim para a Bang Entretenimento.
“Chamadas para a Bling“, lançado em 2009, é um dos seus maiores sucessos. A música apresenta a tentativa de reconciliar-se com os seus admiradores após um momento conturbado da sua vida, em que se apresentou semi-nua num espectáculo, estando grávida, e viria a perder o bebé.
A música “Chamadas para a Bling” foi nomeada no concurso Mozambique Music Awards e ganhou na categoria de “Melhor Duo”.
Com o início da segunda década dos anos 2000, viriam mais álbuns da Dama do Bling, como Ritmos do Futuro, Deusa, Diferente, mas Igual.
Os álbuns saíram sob a chancela da Negócios da Família, após a sua saída da Bang Entretenimento (2008), e apresentaram a sua capacidade de se reinventar, incorporando novas tendências e influências internacionais, com letras mais maduras, produção musical refinada, realizando colaborações com artistas de outros países de África e além.
Na carreira, a rapper também usou a sua voz para dar voz a quem não tem, através de canções como: Longa Espera (2014), Desabafo de um Recluso (2016), O Outro Lado da Lei (2016), Lágrimas de Mãe (2017), Ferro e Fogo (2021).
Reconhecimento da sua arte
Em 2007, Dama do Bling foi premiada como “Melhor Artista da África Austral” e também ganhou o prêmio de “Melhor Vídeo Feminino” no Spirit of Africa Music Video Awards para a sua canção “Dança do Remexe”. Também foi indicada para o MTV Africa Music Awards em 2008 e 2010, e para o Nigeria Entertainment Awards em 2013.
Teve a oportunidade de representar Moçambique no Coke Studio em 2015, como parte das celebrações do “Peace One Day” em Kigali, Ruanda, onde colaborou com artistas internacionais como Wangechi, Ice Prince, Ali Kiba e Ne-Yo.
Nos últimos anos, Dama do Bling tem-se destacado com novos lançamentos que solidificam ainda mais a sua posição na música moçambicana com a adaptação das suas habilidades aos novos estilos musicais.
Entre os seus trabalhos mais recentes estão as colaborações com Killua Rafael em Hi Wena (2022), Espumou (2024) com Filomena Maricoa, e Morrerei (2024), uma colaboração com Cleyton David.