Há quem diga que o Pandza, ritmo moçambicano, está morto e que foi ultrapassado e perdeu o seu espaço para ritmos mais modernos como o Amapiano ou o Trap.

A ideia tem circulado nos últimos anos, alimentada pela ausência do Pandza nas pistas de dança e nas paradas musicais de Moçambique. Mas será que essa afirmação é realmente verdadeira? Será que um género musical que foi tão marcante para a identidade cultural moçambicana pode desaparecer assim tão facilmente?

Para os verdadeiros fazedores e apaixonados pelo Pandza, a resposta é clara: “O Pandza nunca morre”. É essa a frase que é frequentemente repetida por artistas e fãs do estilo.

Para esses, o que nasceu da nossa mistura cultural e das vivências, o estilo nunca desaparece. Pode até sair dos holofotes, perder popularidade, mas a sua essência continua viva. O Pandza é parte da cultura moçambicana.

Um exemplo recente que reforça essa ideia vem de Ziqo da Silva, homem que é amplamente considerado o “pai do Pandza”. O músico lançou uma remistura de uma música dos anos 90, “Elisa Ntonhana”, para uma celebração contemporânea do Pandza.

O toque especial dessa música está na forma como se mistura marrabenta e Pandza, o que cria uma fusão de sons tradicionais com uma pegada moderna.

Com esse lançamento, Ziqo faz mais do que reviver uma canção antiga, prova que o Pandza é maleável e pode ser reinventado.

Mas talvez o mais importante de tudo é que Ziqo nos mostra que o Pandza continua a ser uma plataforma poderosa para expressar a nossa identidade moçambicana, seja através da língua, da dança ou das batidas inconfundíveis.

O facto é que, enquanto houver artistas como Ziqo, Mr Kuka, Hélio Beatz, The Hermes, entre outros, e ouvintes que reconheçam o valor desse estilo, ele nunca estará realmente morto. A cada ano, o Pandza renasce e transforma-se através daqueles que acreditam no seu poder.

Por: E. Chaúque