Na próxima quarta-feira, 2 de Outubro, às 18 horas, o Centro Cultural Moçambique-China em Maputo será palco do lançamento do novo livro de Mia Couto, intitulado “A Cegueira do Rio”.

Trata-se de uma obra onde o escritor traz a história da Primeira Guerra Mundial no continente africano, com a narrativa de uma aldeia do Norte de Moçambique para o mundo.

Os factos e personagens foram inspirados em eventos reais ocorridos numa e na outra margem do rio Rovuma, que separa Moçambique da Tanzânia. Um exemplo é a insurreição popular que ficou conhecida como a «Revolta dos Maji-Maji», em protesto contra a cultura forçada do algodão, de acordo com a sinopse.

O segundo evento consistiu no assalto alemão ao posto militar português de Madziwa em Agosto de 1914, onde um sargento português e onze sipaios africanos foram mortos nesse ataque.

“No resto, tudo o que se relata neste livro tornou-se verdadeiro a partir do momento em que foi escrito”, lê-se na sinopse.

A obra sucede o ‘Compêndio para Desenterrar Nuvens’, colectânea de contos lançada no ano passado sob a chancela da Fundação Fernando Leite Couto.

A apresentação estará a cargo do escritor Daniel da Costa, que irá contextualizar a narrativa e discutir as suas temáticas centrais numa conversa com o autor.

Mia Couto é um dos escritores mais renomados de Moçambique e considerado autor de um dos melhores livros africanos do século XX. É autor dos romances “Terra sonâmbula”, “O último voo do flamingo”, “A confissão da leoa” e “Venenos de Deus, remédios do Diabo”, além das colectâneas de contos “Vozes Anoitecidas” e “Cada Homem é uma Raça”.

Neste ano, o autor foi galardoado com o Prémio FIL de Literatura em Línguas Românicas pela sua inovação linguística e abordagem sobre a África. Competiu com 49 autores de 20 países, sendo escolhido por unanimidade.