Zaida Chongo

Zaida Mucavele foi uma renomada bailarina e cantora moçambicana, conhecida por sua energia e compromisso com as questões sociais através de sua arte. Ela nasceu a 17 de junho de 1970, na cidade de Xai-Xai, província de Gaza, Moçambique.

Desde cedo, Zaida foi influenciada pelo ambiente musical de sua família. Seu pai, Jaime Mucavel, tocador de Xizambi, um instrumento tradicional moçambicano em formato de arco, instilou nela uma profunda apreciação pela música e dança tradicionais.

Zaida iniciou sua carreira artística de forma despretensiosa, como dançarina no grupo do cantor e guitarrista Carlos Lhongo, que mais tarde se tornaria seu esposo e pai de seus dois filhos. Esta experiência foi fundamental para sua evolução artística, permitindo-lhe transitar da dança para o canto, ganhando reconhecimento e admiração.

Zaida Mucavele usou sua voz e presença de palco para lutar pela igualdade de gênero e empoderamento das mulheres. Ela acreditava firmemente que as mulheres deveriam ser ativas na luta por seus direitos e não apenas passivas espectadoras. Suas músicas frequentemente abordavam temas sociais, destacando as injustiças e desafios enfrentados pelas mulheres moçambicanas. Canções como “Zabelani,” “Drenagem,” “Sibo,” “Alfândega,” e “Sifa si Dlheli” são testemunhos de seu compromisso com essas causas. Mesmo frente a críticas sobre seu estilo de dança, considerado ousado por alguns, Zaida manteve-se determinada e fiel às suas convicções.

A carreira musical de Zaida foi marcada pela gravação de seu primeiro álbum na Rádio Moçambique em 1983. Junto com Carlos Lhongo, lançou oito álbuns, incluindo “Sifa si Lhile” (2004) pela Vidisco, “Matekaway” (2003) pela Vidisco, “Alfândega” (1999) pela Orion, “Drenagem” (1998) pela Orion, “Toma que te dou” (1997) pela Orion, e “Sibo” (1997) pela Orion.

Zaida Mucavele faleceu tragicamente a 4 de junho de 2004. Seu funeral, realizado em 8 de junho de 2004, foi um evento marcante, sendo considerado o segundo mais concorrido na história de Moçambique, superado apenas pelo funeral do Presidente Samora Machel.

Zaida Mucavele é lembrada como uma artista corajosa e talentosa, cuja música e dança continuam a inspirar e motivar a luta pela igualdade e justiça social em Moçambique.