O Tufo é uma manifestação musical e dançante que se originou na Ilha de Moçambique por volta de 1930, com especulações de ter sido trazida por um comerciante de Quiloa, uma ilha no Oceano Índico pertencente à Tanzânia.

A palavra “Tufo” provavelmente deriva do termo árabe “Ad-duff”, utilizado para descrever pandeiros usados na dança. Ao longo do tempo, essa palavra evoluiu para “adufe” ou “adufo” em português, culminando em “Tufo”.

Na região norte de Moçambique, uma forma de expressão cultural ancestral continua a ecoar pelos campos e vilarejos. É o Tufo, uma manifestação artística que funde influências africanas e islâmicas, criando uma tradição única e vibrante.

Os primeiros passos do Tufo remontam aos séculos passados, quando comerciantes árabes e persas chegaram à costa moçambicana. Junto com suas mercadorias, trouxeram consigo suas músicas, danças e tradições religiosas. Essa fusão de culturas deu origem ao Tufo, uma forma de arte que se tornou um reflexo da identidade e espiritualidade da comunidade Makhuwa e de outras comunidades locais.

A música do Tufo é uma experiência colectiva, com vocalizações em grupo e o ritmo hipnótico dos tambores de mão. As letras das canções frequentemente abordam temas sociais, culturais e religiosos, transmitindo histórias da vida quotidiana e oferecendo ensinamentos morais.

Mas o Tufo não se limita apenas à música, a dança desempenha um papel igualmente importante. Dançarinas vestidas com trajes tradicionais coloridos movem-se em harmonia, realizando coreografias complexas e sincronizadas que simbolizam a cooperação e a unidade dentro da comunidade.

Tradicionalmente, o Tufo era realizado com bailarinos ajoelhados, movimentando apenas a metade superior de seus corpos. No entanto, ao longo dos anos, a coreografia evoluiu para permitir que os bailarinos se levantassem e movimentassem seus corpos inteiramente.

Os tambores unimembranófonos utilizados no Tufo são chamados de “Taware”, cada um com seu próprio nome dependendo do tamanho. Os quatro tipos principais de tambores incluem o “Bazuca”, o maior e mais grave, o “Ngajiza”, de tamanho médio, o “Apústua” ou “Costa”, ligeiramente menor, e o “Duássi” ou “Luássi”, o menor de todos, marca o ritmo da música.

Esses tambores são feitos de madeira e cobertos de pele de antílope em um lado. Alguns deles, como o Bazuca e o Ngajiza, podem ter chapinhas metálicas nas laterais. Para tocá-los, o músico segura o tambor com uma mão e percuti a membrana com a outra.

Essas apresentações de Tufo são mais do que meros eventos culturais, são celebrações comunitárias que reforçam os laços sociais e celebram a identidade cultural. Casamentos, festividades religiosas e outras ocasiões especiais são oportunidades para a comunidade se reunir e se conectar através da música e da dança.