A cantora moçambicana Lizha James, lançou recentemente a continuação da música “Perfeito Imperfeito” intitulada “Narcisismo”, a música retrata a violência baseada no género sofrida não só pela actriz mas por várias mulheres moçambicanas.
Em Moçambique até 2022 as autoridades registaram pelo menos 21.140 casos de Violência Baseada no Género (VBG) pelo anúncio feito pelo director nacional da Acção Social no Ministério do Género, Criança e Acção Social (MGSS), Luciano José à Agência de Informação de Moçambique. Segundo a fonte, estes dados representam um aumento de 0,7 por cento, quando comparado com igual período de 2021, onde foram registados 21.100 casos.
A violência baseada no género em Moçambique é uma realidade que chega a mexer significativamente com as taxas de mortalidade, com várias causas que partem desde influências culturais até ao narcisismo. É comum nas comunidades mais recônditas e não só, que as mulheres sejam educadas de forma extremamente tendenciosa o que faz com que ao contraírem matrimónios sejam completamente submissas aos maridos até ao ponto de não desfrutarem da liberdade de expressão e tão pouco a de opinião. Algumas vítimas tentam recorrer aos seus parentes, no entanto, frases como “aguenta, lar é assim mesmo” e “Se nós conseguimos tu também conseguirás” geralmente têm sido as mais comuns, há quem até aguenta mas de certeza em algum dia adiciona-se aos número de óbito por violência.
Outras razões têm impulsionado este mal, como: os casamentos prematuros, escassez de consciencialização, falta de infra-estruturas que zelam pela assistência das vítimas, mas a principal causa parecer ser o estereótipo. A educação que os homens geralmente recebem durante a sua infância e adolescência, que na maioria das vezes tem sido machista, têm contribuído significativamente no comportamento que o indivíduo terá.
Apesar dos casos de violência domestica serem os mais comuns, existem vários tipos de violência baseada no género como: violência sexual, violência psicológica, violência financeira, violência verbal, violência institucional, violência reprodutiva entre outras. E todas trazem viárias consequências como é o caso de suicídio, isolamento social, baixo desempenho académico ou profissional, Impacto nas crianças, entre outros.
De certeza a cantora está inspirada em retratar factos reais e de grande impacto para a sociedade, esta iniciativa de louvar também pode ser vista como uma forma de consciencialização da sociedade. Há indícios claros que a história retratada no Narcisismo continua, assim esperamos por mais uma intervenção da diva da música moçambicana Lizha James, com expectativa de ter um desfecho positivo.