Em comemoração ao 88º aniversário de Malangatana Valente Ngwenha, o Museu Nacional de Arte (MUSART) realizou a palestra “Vida, Obra e Legado de Malangatana para as Artes Plásticas” para homenagear o ícone das artes. O evento ocorreu em uma das salas onde está exposta a obra “Trabalho”, recentemente inaugurada após um processo de restauro liderado pelo MUSART. A necessidade de profissionalização nas áreas de restauro, preservação e valorização do patrimônio artístico foi um dos temas abordados pelos oradores Vítor Sala e Jonas Tembe, ex-diretor da Escola Nacional das Artes Visuais (ENAV) e especialista em conservação e restauro de obras artísticas, respectivamente.
A palestra contou com a presença de estudantes de escolas de artes, artistas e outros convidados. Representando a família de Malangatana e a fundação que leva seu nome, Manguiza Malangatana agradeceu ao MUSART pela homenagem e destacou a contribuição de Malangatana para a arte africana e moçambicana. Ao longo de sua carreira, Malangatana recebeu diversos prêmios e condecorações, incluindo o título de “Artista da Paz” pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Malangatana Valente Ngwenha, nascido em 1936 em Matalana, distrito de Marracuene, foi um destacado artista moçambicano que iniciou sua educação na Escola Primária de Matalana e prosseguiu na Escola Industrial de Lourenço Marques. Tornou-se artista profissional em 1959 com o apoio do arquiteto português Miranda Guedes, que lhe forneceu um atelier e comprou suas obras. Sua primeira exposição coletiva ocorreu em 1959 e a primeira individual em 1961. Em 1971, recebeu uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, trabalhou em gravura e cerâmica, e foi cofundador do Museu Nacional de Arte. Malangatana também presidiu a Associação do Centro Cultural de Matalana e a Assembleia Geral de Kulungwana – Associação para o Desenvolvimento Cultural. Faleceu em 5 de janeiro de 2011.