Com uma trajetória que se estende por mais de duas décadas, Neyma Alfredo, ou como ela prefere, Neyma, é uma das cantoras dignas de respeito no país, sendo consagrada como a diva da marrabenta, ritmo moçambicano.

Nascida a 6 de Maio de 1979, viu a sua carreira ter início ainda na adolescência, após participar, aos 16 anos, no concurso “Fantasia”, onde ficou em segundo lugar, interpretando “The Greatest Love of All”, de Whitney Houston. Este facto proporcionou-lhe uma visibilidade crucial, pois a impulsionou a apresentar-se em clubes e eventos em Lourenço Marques, onde começou a ganhar reconhecimento.

Na busca pelo seu posicionamento, teve de enfrentar a falta de apoio de seu pai, Paulino Alfredo; no entanto, persistiu e, em 1999, lançou o seu primeiro álbum, “Brigas”, de onde se extraem sons como “Brigas”, “Mãe, Virtude Mais Bela” e o grande sucesso “Praia Feliz”. O álbum foi um marco na sua carreira, estabelecendo-a como uma nova voz na música moçambicana.

Nos anos seguintes, lançou “Baila” em 2000 e “Renascer” em 2001, como forma de consolidação da sua presença na música moçambicana. Em 2005, chegava mais um álbum da cantora, o “Arromba”, que seria um divisor de águas e colocaria a artista também em holofotes internacionais, sendo o álbum mais vendido da sua carreira.

Com a exploração do estilo kizomba, rendeu mais de 40 mil cópias vendidas em Moçambique, o que resultou num Disco de Platina, atribuído pela Vidisco.

O sucesso não se limitou apenas às vendas; Neyma também começou a diversificar a sua abordagem musical. Em 2006, lançou o álbum “Idiomas”, que a inseriu na marrabenta, com a mistura de mais ritmos e a integração de línguas bantu nas composições. Listam-se alguns dos sucessos do álbum: as canções “Nunawanga Yuwi” e “Lirandzo”, que abordam o amor e questões sociais que marcaram Moçambique na altura.

Do que se iniciou num concurso, resultou a construção de uma consistência que a fez alcançar 10 anos de carreira, os quais seriam celebrados com o álbum “Neyma 10 Anos” (2010), que trouxe faixas como “A Hi Dzimeni” e “Obrigada Meu Povo”.

Uma embaixadora da capulana

Nos anos seguintes, Neyma continuou a evoluir artisticamente, com a adopção da capulana como parte do seu estilo, num compromisso com a cultura moçambicana e com a marrabenta. Em 2013, lançou “Como Anima a Marrabenta”, que se tornou um dos seus maiores hits e conquistou quatro prêmios nos Mozambique Music Awards. A canção exalta a marrabenta e como este é um estilo irreverente.

Com a sua música, foi nomeada embaixadora nacional da UNICEF, onde contribuiu para causas sociais. Em 2014, participou no Coca-Cola Estúdio África e colaborou com artistas internacionais como Phyno e Wyclef Jean, reforçando a sua presença no cenário global.

Actualmente, além da música, explora a sua paixão pela apresentação, sempre em busca de novas oportunidades para expandir a sua carreira.

Das suas músicas recentes, destacam-se “Gosto do Teu Beijo”, com a participação de Dina Medina, “We Can Love” e as quatro músicas que fazem parte do EP “Xtilo xa Neyma”, intituladas: “Xtilo xa Neyma” com Ziqo, “Mulher Feliz”, “Dá-lhe Mais” e “Probulema”, lançado há sensivelmente um ano.

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