O rap, como género musical, é bastante diversificado e possui vários subgêneros que surgiram ao longo do tempo, cada um com suas características distintas. Alguns dos subgéneros mais conhecidos do rap incluem o Hip Hop Clássico, também conhecido como “Old School Hip Hop”, que refere-se ao rap produzido nas décadas de 1970, 1980 e início de 1990. Caracteriza-se por batidas simples, uso de samples de músicas funk e soul, e letras que muitas vezes abordam questões sociais e políticas.
Embora originário dos Estados Unidos, o hip hop clássico também tem sido uma influência perceptível na cena do rap moçambicano. Artistas como Azagaia, Denny OG, Ivandro e G2 incorporam elementos desse estilo em suas músicas, seja através de letras politicamente conscientes, abordagens líricas afiadas ou batidas que evocam o som característico do hip hop clássico. Embora não sejam exclusivamente associados a esse subgénero, eles contribuem para a diversidade e riqueza da cena do hip hop em Moçambique, cada um com sua própria abordagem única e distintiva para o género.
Há também o Hip Hop Underground, que refere-se à cena rap independente, muitas vezes caracterizada por uma abordagem mais alternativa e experimental tanto nas batidas quanto nas letras. Os artistas underground geralmente operam fora do mainstream e têm uma base de fãs mais dedicada.
Nomes como Kloro, conhecido por suas letras conscientes e abordagens líricas, e Blanco, que ganham destaque com suas letras introspectivas e batidas experimentais, destacam-se nesse cenário. Valter Artistico, embora mais reconhecido por seu trabalho em estilos como afrobeat e kizomba, também tem sido associado ao hip hop underground em algumas de suas faixas. Além disso, T-Rese, uma rapper moçambicana, ganhou reconhecimento na cena underground. Esses artistas assim como outros representam uma parcela da diversidade e vitalidade da cena do hip hop underground em Moçambique.
O Hip Hop Consciente, também conhecido como “Conscious Hip Hop”, se concentra em letras que abordam questões sociais, políticas e culturais, como injustiça, desigualdade racial e empoderamento. As batidas podem variar, mas a ênfase está nas letras significativas e conscientes.
Nomes como Mente Mágica, Azagaia e Slick Kid são conhecidos por suas letras profundas e mensagens impactantes, transmitem uma consciência social em suas músicas. Além desses, a cantora Iveth também se destaca na cena do hip hop consciente, através da sua voz única traz abordagens de temas como empoderamento, igualdade e justiça em suas canções.
Outro subgénero é o Trap, originário do sul dos Estados Unidos, conhecido por suas batidas pesadas, uso frequente de sintetizadores e letras que muitas vezes falam sobre temas como dinheiro, drogas e estilo de vida de rua. É um subgênero bastante popular na cultura rap contemporânea.
O trap tem-se destacado cada vez mais na cena musical de Moçambique, com uma variedade de artistas explorando esse estilo. Entre os nomes proeminentes estão Laylizzy, considerado um dos pioneiros do trap no país, cujas músicas combinam elementos do género com influências africanas, resultando em um som distintivo. Hot Blaze, Hernâni da Silva, Dama do Bling, Dygo Boy, Bander entre outros têm se destacado neste subgénero do rap.
Finalmente, temos o Hip Hop Alternativo, conhecido por suas influências musicais diversas e inovadoras, que vão além do rap tradicional. Pode incorporar elementos de rock, electrónica, jazz e outros estilos musicais, resultando em uma abordagem mais ecléctica e experimental.
Artistas como Flash Enccy, MCK, Duas Caras e Kiba The Seven destacam-se na cena musical moçambicana por sua capacidade de incorporar elementos distintivos do hip hop alternativo em suas composições. Suas letras poéticas, batidas experimentais e uma abordagem fora do comum contribuem para a riqueza e a vitalidade do cenário hip hop em Moçambique, oferecendo aos ouvintes uma experiência musical única e cativante.
Esses são apenas alguns dos subgéneros do rap, e a lista continua com muitas outras variações e fusões que reflectem a diversidade e a evolução contínua do género.