O mundo das artes e a sociedade moçambicana estão de luto após o brutal assassinato de Paulo Guambe, actor, cineasta e activista cultural, ocorrido na última sexta-feira (18), na Avenida Joaquim Chissano, em Maputo.
Paulo Francisco Lopes Guambe, nascido a 25 de Outubro de 1973, dedicou a sua vida às artes e à educação. Foi docente no Instituto Superior de Artes e Cultura (ISArC) e formou uma nova geração de cineastas e actores moçambicanos, acreditando que a arte era uma poderosa ferramenta de transformação social.
A sua partida representa uma perda irreparável para o cenário artístico e cultural de Moçambique. Vários artistas e colegas prestaram as suas homenagens em celebração da sua vida e legado.
Na mesma senda, a plataforma moçambicana de filmes disponibilizou de forma gratuita o acesso ao filme O Último Voo do Flamingo, no qual Paulo participou como actor, para que o seu trabalho continue a inspirar as futuras gerações.
O filme é do cineasta João Ribeiro, que considera que “celebrar a vida de Paulo Guambe é honrar o seu legado artístico, a sua paixão pelo cinema e o seu compromisso inabalável com a cultura moçambicana”, escreveu numa publicação nas redes sociais.
Para Alvim Cossa, presidente da Associação Moçambicana de Teatro (AMOTE), “a morte de Paulo Guambe é um ataque a todos que acreditam que as artes são uma ferramenta de transformação social”.
Além do seu trabalho no cinema e teatro, Guambe também se destacou na promoção da literatura infanto-juvenil, liderando o projecto Kutsemba Cartão, que visava a produção de livros acessíveis para crianças, utilizando cartão reaproveitado.
Guambe teve também uma actuação significativa no cenário político, sendo um dos membros fundadores do Partido Optimista pelo Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS).
A sua morte, juntamente com a do advogado Elvino Dias, gerou uma onda de protestos e manifestações por justiça em várias partes do país, revelando a indignação da sociedade em relação à violência contra figuras públicas.