Com a independência em 1975, a Marrabenta é desqualificada devido à nova realidade política, económica e cultural, em que a Frelimo se empenhava em impor a sua “revolução” e desencorajava activamente actividades culturais que considerava “subversivas” e “decadentes”. O novo regime procurava então valorizar a música tradicional (rural) moçambicana, que teve nos festivais realizados, nomeadamente o Festival Nacional de Dança Tradicional e o de música tradicional de 1980, um dos seus momentos mais altos. De acordo com Luís Bernardo Honwana, sendo a Frelimo um partido de base essencialmente rural, isso levou à divulgação destes valores com vista à promoção da unidade na nação recém-constituída o que, com a Marrabenta, não seria possível, visto tratar-se de um ritmo de matriz urbana e de difícil aproveitamento político.
Outro factor que terá contribuído para a sua parca divulgação neste período, foi a crise que o país atravessou logo após a Independência, resultante da saída de empresários do sector musical, o encerramento das casas especializadas na venda de instrumentos musicais, o desencorajamento de as pessoas conviverem em ambientes de lazer musical e a impossibilidade de importar equipamentos em virtude de o país ter outras prioridades. O resultado foi a regressão deste sector cultural.
A primeira tentativa séria para reavivar a Marrabenta no pós-Independência só acontece em 1987 com a criação da Orquestra “Marrabenta Star” período em que se procedem a alterações de ordem estrutural no país, como a introdução do ‘Programa de Reabilitação Económica, que promove a liberalização económica, o aparecimento de mercados e o incentivo à iniciativa privada, ao contrário do período anterior até 1986, caracterizado por uma economia comunista, centralizada e fortemente controlada pelo Estado. Apesar do dinamismo demonstrado inicialmente pelo agrupamento, em 1989, este viria a desaparecer devido a problemas de carácter empresarial, apesar do sucesso a nível internacional.
Em 2000, verifica-se o segundo ressurgimento da Marrabenta com o projecto ‘Mabulu’, que promovia comercialmente este ritmo musical. Este projecto procede à mistura do velho e do novo com jovens cantores ‘rap’ e velhas glórias da ‘Marrabenta’. Em 2002 o projecto terminou apesar do sucesso alcançado.
Desde o surgimento inicial da marrabenta nas ruas movimentadas de Maputo até sua consagração como um dos géneros mais emblemáticos de Moçambique, figuras como Fany Pfumo e Dilon Djindji emergiram como pilares da cena musical moçambicana. Seus primeiros sucessos, impregnados de emoção e autenticidade, cativaram o público moçambicano, estabelecendo a marrabenta como uma forma de expressão cultural genuína e poderosa.